De acordo com o Banco de Portugal (BdP), os brasileiros lideram o mercado de crédito à habitação em 2022, seguidos dos angolanos, americanos e britânicos. Apesar do aumento das taxas de juro, a procura de crédito à habitação em Portugal continua forte. Em 2022, 169.000 pessoas contraíram empréstimos à habitação, mais 2.000 do que em 2021, e o montante total emprestado aumentou 14%. Embora os cidadãos portugueses continuem a receber a maioria dos empréstimos, o número de mutuários portugueses diminuiu, enquanto a procura estrangeira aumentou. O aumento da procura por parte de estrangeiros, incluindo brasileiros, angolanos, americanos, britânicos e ucranianos, ajudou a impulsionar o mercado hipotecário em 2022.
Mais estrangeiros estão a pedir empréstimos para comprar casa em Portugal

O ano de 2022, marcado pela incerteza económica e financeira, terminou de forma positiva, com um total de 16 mil milhões de euros concedidos em crédito à habitação, mais 14% do que em 2021. Os cidadãos portugueses continuam a receber a maioria dos empréstimos, mas a sua procura diminuiu. Em 2022, 153 mil cidadãos portugueses solicitaram crédito à habitação, menos 2 mil do que em 2021. Entretanto, 16 mil estrangeiros contraíram empréstimos, mais 4 mil do que em 2021. A subida das taxas de juro e da inflação, a par do agravamento dos critérios de concessão de crédito, dificultou o acesso ao crédito à habitação por parte dos portugueses com menores rendimentos. Os bancos concederam, em média, 90 mil euros a cada português em 2022, mais 12% do que em 2021.
Os brasileiros lideram o mercado de empréstimos à habitação
A maioria dos 16.000 estrangeiros que contraíram crédito à habitação em 2022 são brasileiros (29%), seguidos de angolanos, americanos, britânicos e franceses. O montante de crédito à habitação concedido a estrangeiros aumentou de 1,5 mil milhões em 2021 para 2,2 mil milhões em 2022, representando 14% do total do mercado de crédito à habitação, mais 3 pontos percentuais do que em 2021. Os estrangeiros, em média, pediram mais capital para comprar uma casa em 2022 (139.000 euros) do que em 2021 (cerca de 125.000 euros).

Análise sócio-demográfica
O Idealista/news analisou os dados sociodemográficos de quem contraiu crédito à habitação em 2022 para perceber quem são estes estrangeiros. A maioria dos brasileiros que contraíram empréstimos tem menos de 40 anos e é trabalhador por conta de outrem com formação superior. A maioria vive na Área Metropolitana de Lisboa. Os angolanos que contraíram empréstimos têm maioritariamente menos de 40 anos ou entre 41 e 50 anos, são trabalhadores por conta de outrem e têm formação superior. Vivem maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa. Os americanos que contraíram empréstimos têm maioritariamente entre 41 e 60 anos, estão empregados e têm formação superior. Vivem em várias regiões do país, sendo que a maioria reside na Área Metropolitana de Lisboa. A maioria dos britânicos que contraíram empréstimos tem entre 41 e 60 anos, está empregada e tem formação superior. Residem maioritariamente no Algarve. Os ucranianos que contraíram empréstimos têm, na sua maioria, menos de 40 anos, são trabalhadores por conta de outrem e possuem o ensino secundário ou o ensino superior. Vivem em várias regiões do país, sendo que a maioria reside na zona da Grande Lisboa.
Conclusão
Em conclusão, os estrangeiros, incluindo brasileiros, angolanos, americanos, britânicos e ucranianos, impulsionaram o mercado de crédito à habitação em Portugal em 2022. São maioritariamente empregados e com formação superior, sendo que a maioria reside na Área Metropolitana de Lisboa. O aumento da procura por parte dos estrangeiros ajudou a contrariar a diminuição da procura por parte dos cidadãos portugueses, resultando num aumento global positivo da procura de crédito à habitação em 2022.